A prática de exercícios físicos ao ar livre, traz inúmeras vantagens para o corpo e a mente.

A prática de exercícios físicos ao ar livre, traz inúmeras vantagens para o corpo e a mente.
''Nossa história é uma história de domínio do intelecto sobre o corpo, do senhor sobre o escravo, do patrão sobre o trabalhador. Ou seja, sempre de separação entre o corpo e a mente. Vivemos de explorar nossos semelhantes e submeter o trabalho corporal ao intelecto". Freire, João Batista - De Corpo e Alma: o discurso da motricidade / São Paulo, 1.991, cap.I, pág.27.

Música

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A História da Educação Física

Tudo começou quando o homem primitivo sentiu a necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o homem à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé: corre, salta, arremessa, trepa, empurra, puxa e etc.

CHINA - Como Educação Física as origens mais remotas da história falam de 3000 A. C. lá na China. Um certo imperador guerreiro, Hoang Ti, pensando no progresso do seu povo pregava os exercícios físicos com finalidades higiênicas e terapêuticas além do caráter guerreiro.

ÍNDIA - No começo do primeiro milênio, os exercícios físicos eram tidos como uma doutrina por causa das "leis de Manu", uma espécie de código civil, político, social e religioso. Eram indispensáveis às necessidades militares além do caráter fisiológico. Buda, atribuía aos exercícios o caminho da energia física, pureza dos sentimentos, bondade e conhecimento das ciências para a suprema felicidade do Nirvana, (no budismo, estado de ausência total de sofrimento).
O Yoga, tem suas origens na mesma época retratando os exercícios ginásticos no livro "Yajur Veda" que além de um aprofundamento da Medicina, ensinava manobras massoterápicas e técnicas de respirar.

JAPÃO - A história do desenvolvimento das civilizações sempre esbarra na importância dada à Educação Física, quase sempre ligados aos fundamentos médicos-higiênicos, fisiológicos, morais, religiosos e guerreiros. A civilização japonesa também tem sua história ligada ao mar devido à posição geográfica além das práticas guerreiras feudais: os samurais.

EGITO - Dentre os costumes egípcios estavam os exercícios Gímmicos revelados nas pinturas das paredes das tumbas.
A ginástica egípcia já valorizava o que se conhece hoje como qualidades físicas tais como: equilíbrio, força, flexibilidade e resistência. Já usavam, embora rudimentares, materiais de apoio tais como tronco de árvores, pesos e lanças.

GRÉCIA - Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu a Educação Física foi a grega através da sua cultura. Nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles, e Hipócrates contribuíram e muito para a Educação Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma através das atividades corporais e da música. "Na música a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica dá saúde ao corpo" Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio entre corpo e espírito ou mente.
Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos halteres, atleta, ginástica, pentatlo entre outros, são uma herança grega. As atividades sociais e físicas eram uma prática até a velhice lotando os estádios destinados a isso.

ROMA - A derrota militar da Grécia para Roma, não impediu a invasão cultural grega nos romanos que combatiam a nudez da ginástica. Sendo assim, a atividade física era destinada às práticas militares. A célebre frase "Mens Sana in Corpore Sano" de Juvenal vem desse período romano.

IDADE MÉDIA - A queda do império romano também foi muito negativo para a Educação Física, principalmente com a ascensão do cristianismo que perdurou por toda a Idade Média. O culto ao corpo era um verdadeiro pecado sendo também chamado por alguns autores, de "Idade das Trevas".

A RENASCENÇA - Como o homem sempre teve interesse no seu próprio corpo, o período da Renascença fez explodir novamente a cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura. A beleza do corpo, antes pecaminosa, é novamente explorada surgindo grandes artistas como Leonardo da Vinci (1452-1519), responsável pela criação utilizada até hoje das regras proporcionais do corpo humano.
Consta desse período o estudo da anatomia e a escultura de estátuas famosas como por exemplo a de Davi, esculpida por Michelângelo Buonarroti (1475 - 1564). Considerada tão perfeita que os músculos parecem ter movimentos. A dissecação de cadáveres humanos deu origem à Anatomia como a obra clássica "De Humani Corporis Fábrica" de Andrea Vesalius (1514-1564).
A volta de Educação Física escolar se deve também nesse período a Vitorio de Feltre (1378-1466) que em 1423 fundou a escola "La Casa Giocosa" onde o conteúdo programático incluía os exercícios físicos.

ILUMINISMO - O movimento contra o abuso do poder no campo social chamado de iluminismo surgido na Inglaterra no século XVII deu origem a novas idéias. Como destaque dessa época os alfarrábios apontam: Jean-Jaques Rousseau (1712-1778) e Johann Pestalozzi (1746-1827). Rousseau propôs a Educação Física como necessária à educação infantil. Segunde ele, pensar dependia extrair energia do corpo em movimento.
Pestalozzi foi precursor da escola primária popular e sua atenção estava focada na execução correta dos exercícios.

IDADE CONTEMPORÂNEA - A influência na nossa ginástica localizada começa a se desenvolver na Idade Contemporânea e quatro grandes escolas foram as responsáveis por isso: a alemã, a nórdica, a francesa, e a inglesa.
A alemã, influenciada por Rousseau e Pestalozzi, teve como destaque Johann Cristoph Friederick Guts Muths (1759-1839) considerado pai da ginástica pedagógica moderna.
A derrota dos alemães para Napoleão deu origem a outra ginástica. A turnkunst, criada por Friederick Ludwig Jahn (1788-1825) cujo fundamento era a força. "Vive Quem é Forte", era seu lema e nada tinha a ver com a escola. Foi ele quem inventou a barra fixa, as barras paralelas e o cavalo, dando origem à Ginástica Olímpica.
A escola voltou a ter seu defensor com Adolph Spiess (1810-1858) introduzindo definitivamente a Educação Física nas escolas alemãs, sendo inclusive um dos primeiros defensores da ginástica feminina.
A escola nórdica escreve a sua história através de Nachtegall (1777-1847) que fundou seu próprio instituto de ginástica (1799) e o Instituto Civil de Ginástica para formação de professores de Educação Física (1808).
Por mais que um profissional de Educação Física seja desligado da história, pelo menos algum dia já ouviu falar em ginástica sueca, um grande trampolim para o que se conhece hoje. Per Henrik Ling (1766-1839) foi o responsável por isso levando para a Suécia as idéias de Guts Muths após contato com o instituto de Nachtegall. Ling dividiu sua ginástica em quatro partes: a pedagógica - voltada para a saúde evitando vícios posturais e doenças, a militar - incluindo o tiro e a esgrima, a médica - baseada na pedagógica evitando também as doenças e a estética - preocupada com a graça do corpo.
Alguns fundamento ideológicos de Ling valem até hoje tais como o desenvolvimento harmônico e racional, a progressão pedagógica da ginástica e o estado de alegria que deve imperar uma aula. Claro, isso depende do austral e o carisma do profissional.
Um do seguidores de Ling, o major Josef G. Thulin introduz novamente o ritmo musical à ginástica e cria os testes individuais e coletivos para verificação da performance.
A escola Francesa teve como elemento principal o espanhol naturalizado Francisco Amoros Y Ondeano (1770-1848).
Inspirado em Rabelais, Guts, Jahn e pestalozzi, dividiu sua ginástica em: Civil e Industrial, Militar, Médica e Cênica. Outro nome francês importante foi G. Dêmey (1850-1917). Organizou congresso, cursos (inclusive o Superior de Educação Física), regiu o Manual do Exército e também era adepto à ginástica lenta, gradual, progressiva, pedagógica, interessante e motivadora.
O método natural foi defendido por Georges Herbert (1875-1957): correr, nadar, trepar, saltar, empurrar, puxar e etc.
A nossa Educação Física, a brasileira teve grande influência na Ginástica Calistenia criada em 1829 na França por Phoktion Heinrich Clias (1782-1854).
A escola inglesa baseava-se nos jogos e nos esportes, tendo como principal defensor Thomas Arnold (1795-1842) embora não fosse o criador. Essa escola também ainda teve a influência de Clias no treinamento militar.

A CALISTENIA - É por assim dizer, o verdadeiro marco do desenvolvimento da ginástica moderna com fundamentos específicos e abrangentes destinada à população mais necessitada: os obesos, as crianças, os sedentários, os idosos e também às mulheres.
Calistenia, segundo Marinho (1980) citado por Marcelo Costa, vem do grego Kallos (belo), Sthenos (força) e mais o sufixo "ia".
Com origem na ginástica sueca apresenta um divisão de oito grupos de exercícios localizados associando música ao ritmo dos exercícios que são feitos à mão livre usando pequenos acessórios para fins corretivos, fisiológicos e pedagógicos.
Os responsáveis pela fixação da Calistenia foram o Dr. Dio Lewis e a (A. C. M.) Associação Cristã de Moços com proposta inicial de melhorar a forma física dos americanos que mais precisavam. Por isso mesmo, deveria ser uma ginástica simples, fundamentada na ciência e cativante. Em função disso o Dr. Lewis era contra os métodos militares sob alegação que as mesmas desenvolviam somente a parte superior do corpo e os esportes atléticos não proporcionavam harmonia muscular. Em 1860 a Calistenia foi introduzida nas escolas americanas.
No Brasil dos anos 60 começou a ser implantada nas poucas academias pelos professores da A. C. M. ganhando cada vez mais adeptos nos anos 70 sempre com inovações fundamentadas na ciência. Sendo assim o Dr. Willian Skarstrotron, americano de origem sueca, dividiu a Calistenia em 8 grupos diferentes do original: braços e pernas, região póstero superior do tronco, póstero inferior do tronco, laterais do tronco, equilíbrio, abdômen, ombros e escápulas, os saltitos e as corridas.
Nos anos 80 a ginástica aeróbica invadiu as academias do Rio de Janeiro e São Paulo abafando um pouco a calistenia. Como na Educação Física sempre há evolução também em função dos erros e acertos. Surge então, ainda no final dos anos 80 a ginástica localizada desenvolvida com fundamentos teóricos dos métodos da musculação e o que ficou de bom da Calistenia. A ginástica aeróbica de alto impacto causou muitos microtraumatismos por causa dos saltitos em ritmos musicais quase alucinantes. A musculação surgiu com uma roupagem nova ainda nos anos 70 para apagar o preconceito que algumas pessoas tinham com relação ao Halterofilismo.
Hoje, sob pretexto da criatividade, a ginástica localizada passa por uma fase ruim com alguns professores ministrando aleatoriamente, aulas sem fundamentos específicos com repetições exageradas, fato que a ciência já reprovou, principalmente se o público alvo for o cidadão comum.

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL

Os índios - No Brasil colônia - Os primeiros habitantes, os índios, deram pouca contribuição a não ser os movimentos rústicos naturais tais como nadar, correr atraz da caça, lançar, e o arco e flecha. Na suas tradições incluem-se as danças, cada uma com significado diferente: homenageando o sol, a lua, os Deuses da guerra e da paz, os casamentos etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de troncos entre outras que não foram absorvidas pelos colonizadores. Sabe-se que os índios não eram muito fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo.
Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o Brasil para o trabalho escravo e as fugas para os Quilombos os obrigava a lutar sem armas contra os capitães-do-mato, homens a mando dos senhores de engenho que entravam mato a dentro para recapturar os escravos. Com o instinto natural, os negros descobriram ser o próprio corpo uma arma poderosa e o elemento surpresa. A inspiração veio da observação da briga dos animais e das raízes culturais africanas. O nome capoeira veio do mato onde entrincheiravam-se para treinar.
"Um estranho jogo de corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como se fossem verdadeiros animais indomáveis". São algumas das citações de capitães-do-mato e comandantes de expedições descritas nos poucos alfarrábios que restaram. Rui Barbosa mandou queimar tudo relacionado à escravidão.
Brasil Império - Em 1851 a lei de n.º 630 inclui a ginástica nos currículos escolares. Embora Rui Barbosa não quisesse que o povo soubesse da história dos negros, preconizava a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas primárias de secundárias praticada 4 vezes por semana durante 30 minutos.
Brasil República - Essa foi uma época onde começou a profissionalização da Educação Física.
As políticas públicas - Até os anos 60 o processo ficou limitado ao desenvolvimento das estruturas organizacionais e administrativas específicas tais como: Divisão de Educação Física e o Conselho Nacional de Desportos.
Os anos 70, marcado pela ditadura militar, a Educação Física era usada, não para fins educativos, mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis de ensino voltada para os esportes de alto rendimento.
Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à procura de propósitos voltados à sociedade. No esporte de alto rendimento a mudança nas estruturas de poder e os incentivos fiscais deram origem aos patrocínios e empresas podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma boa geração de campeões das equipes Atlântica Boa Vista, Bradesco, Pirelli entre outras.
Nos anos 90 o esporte passa a ser visto como meio de promoção à saúde acessível a todos manifestada de três formas: esporte educação, esporte participação e esporte performance.
A Educação Física finalmente regulamentada é de fato e de direito uma profissão a qual compete mediar e conduzir todo o processo.

Dança




Dançar é definido como uma manifestação instintiva do ser humano. Antes de polir a pedra e construir abrigos, os homens já se movimentavam ritmicamente para se aquecer e comunicar..
Considerado a mais antiga das artes, a dança é também a única que dispensa materiais e ferramentas. Ela só depende do corpo e da vitalidade humana para cumprir sua função enquanto instrumento de afirmação dos sentimentos e experiências subjetivas do homem.

Segundo certas correntes da antropologia, as primeiras danças humanas eram individuais e se relacionavam à conquista amorosa. As danças coletivas também aparecem na origem da civilização e sua função associava-se à adoração das forças superiores ou dos espíritos para obter êxito em expedições guerreiras ou de caça ou ainda para solicitar bom tempo e chuva.

O desenvolvimento da sensibilidade artística determinou a configuração da dança como manifestação estética. No antigo Egito, 20 séculos antes da era cristã, já se realizavam as chamadas danças astroteológicas em homenagem ao deus Osíris. O caráter religioso foi comum às danças clássicas dos povos asiáticos.

Na Grécia clássica, a dança era freqüentemente vinculada aos jogos, em especial aos olímpicos. Com o Renascimento, a dança teatral, virtualmente extinta em séculos anteriores, reapareceu com força nos cenários cortesãos e palacianos. Uma das danças cortesãs de execução mais complexa foi o minueto, depois foi a valsa, considerada dança cortesã por excelência, e com ela se iniciou a passagem da dança em grupo ao baile de pares.

A configuração de um gênero de dança circunscrito ao âmbito teatral determinou o estabelecimento de uma disciplina artística que, em primeira instância, ocasionou o desenvolvimento do ballét e, mais tarde, criou um universo dentro do qual se deu desenvolveram gêneros como os executados no music – hall, como o sapateado e o swing. A divulgação da dança se deu também fora do mundo do espetáculo, principalmente nas tradições populares.

Dança, em sentido geral, é a arte de mover o corpo segundo uma certa relação entre tempo e espaço, estabelecida graças a um ritmo e a uma composição coreográfica.


Corpo e Dança




Corpo (física)

Em física, um corpo (algumas vezes chamado apenas de objeto) é a coleção de massas tomadas uma a uma. Por exemplo, uma bola de baseball pode ser considerada um objeto, mas ela também consiste de muitas partículas (partes de matéria).
Especificamente, um corpo físico é um objeto que pode ser descrito pelas teorias da mecânica clássica ou mecânica quântica, e experimentada com medidas físicas. Isto inclui determinar a posição, e em alguns casos, a orientação no espaço, bem como as mudanças dele, resultado pela interação de forças.
Um corpo extenso é aquele cujas dimensões não são desprezíveis em relação às medidas envolvidas. Por exemplo um Planeta estudado de perto é um corpo extenso
Já num corpo pontual, ao contrário do extenso, suas dimensões são desprezíveis em relação as medidas efetuadas.


Corpo e Dança

Falar do homem implica também falar de seu corpo. Corpo estático, em movimento, social, corpo físico, entre outros, pois o corpo em sua idiossincrasia, ao navegar por tempos e lugares diferentes, passa a representar não apenas aquilo que se revela biológico. Mas, o corpo, como lugar onde se inscrevem os uma singularidade impressionante. O corpo pode lembrar ou ser muito parecido com o de alguéelementos culturais presentes nas experiências que os sujeitos vivem ao longo de sua existência, é a primeira forma de identificação, pois logo ao nascer somos identificados através da corporalidade, como homens e mulheres (Sayão, 2003).
Para Teixeira (2003), "ter um corpo é de m ou de outros, mas nunca é igual, até porque sua instância básica na dimensão espacial e temporal, da presença do aqui e agora, é moldada e atualizada a todo momento. Especificamente na prática da conscientização do movimento tratamos de um corpo que sabe que sente, sabe que existe e sabe que sabe que existe e sente".
Na dança, o corpo torna-se o veículo de representação de algo. Acompanhando a evolução da civilização ocidental, percebemos que a dança esteve sempre ligada a vida em sociedade, como forma de expressão de diversas culturas. Como arte, é condicionada ao tempo e espaço que habita, porém, ao mesmo tempo supera este condicionamento na medida em que envolve a criação, incita a ação reflexiva e se torna necessária ao homem que a constrói e a aprecia, como possibilidade de conhecimento, comunicação e mudança (Fischer, 1987).
Desde a origem das sociedades, é através das danças e dos cantos que o homem se afirma como membro de uma comunidade. A dança opera uma metamorfose: transformando os ritmos da natureza e os ritmos biológicos em ritmos voluntários, harmoniza a natureza e dá poder para dominá-la (Garaudy, 1980). É utilizava como linguagem corporal, para simbolizar alegrias, tristezas, vida e morte, para celebrar o amor, a guerra e a paz; principalmente como forma de expressão dos sentimentos, emoções, desejos e interesses de uma sociedade.
A dança por sua natureza esta ligada às capacidades criativas e motoras do indivíduo. Composta pelas relações estabelecidas entre o dançarino, seu instrumento (corpo) e a sociedade, através de um processo que se desenvolve conscientemente a partir de elementos existentes ou descobertos (Soares et al., 1998).
Para Pérez-Samaniego e Gómez (2001), as noções de corpo e movimento estão estreitamente relacionadas e devem ser contextualizadas antropologicamente, pois: "O indivíduo conhece o mundo através de sua entidade corporal (...) O homem seguirá vivendo toda sua existência desde e através do seu corpo (...) O homem tem um corpo, o qual está capacitado para mover-se. Graças ao movimento o homem aprende a estar no espaço (...)". Explicando que o corpo resulta de contínuas negociações de informações com o ambiente e carrega esse seu modo de existir para outras instâncias. Para entender como o movimento se aloja no corpo, por exemplo, as ciências que tratam do movimento devem ser consultadas, para compreendermos o que acontece no corpo enquanto processa as informações necessárias à sua sobrevivência, adaptação e reprodução. E, então, descobrir como o movimento se especializa a ponto de transformar em representação teatral, gesto musical, dança, acrobacia, performance, música ou seja, suas ações no mundo na forma de arte (Katz e Greiner, 2001).

Na visão de Kunz (1994), o movimento como manifestação da evolução das sociedades industriais, da ciência e da tecnologia, busca a melhora da performance, ou seja, o seu sentido funcional. Já que para Capra (1997), "a nova visão de realidade baseia-se na consciência do estado de inter-relação e interdependência essencial de todos os fenômenos - físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais, transcendendo as atuais fronteiras interdisciplinares e conceituais". Desta forma, os significados direcionados ao movimento humano, conforme citados por Kunz (1994), vem corroborar este pensamento de Capra (1997), no momento em que juntos, abrangem o movimento em sua totalidade, valorizando todas as suas possibilidades. Entre eles está o sentido expressivo, o qual manifesta-se pela expressão de emoções, sentimentos, impressões, gestos, atividades esportivas, artísticas ou pela própria expressão corporal. Nesta perspectiva de expressão e vivência é que geralmente se apresenta o movimento humano na dança.
Na dança, a união entre sujeito biológico e social, observado na teoria de Wallon, enfatiza que o sujeito é determinado por um conjunto complexo de fatores biológicos e sociais, em um contexto que abarca situações internas e externas ao longo de sua historicidade no qual deve-se considerar as exigências tanto do organismo quanto da sociedade. Os processos sociais vão mediatizar o biológico em um complexo processo de subordinação do biológico ao social. Para Wallon a emoção, representada também ao dançar, é um dos principais componentes na formação do ser humano, exercendo poder no desenvolvimento humano. O meio vai agir sobre o indivíduo conjuntamente com a emoção, pois o ser humano expressa a emoção no seu corpo, na musculatura e conseqüentemente no movimento. Com a aquisição do domínio do movimento vão se disponibilizando outras formas de expressão das emoções (Mendes, 2002).
Wallon aprofunda-se na questão de emoção, atividade eminentemente social, afirmando que a emoção nutre-se do efeito que causa no outro, isto é, as reações que as emoções suscitam no ambiente funcionam como uma espécie de combustível para sua manifestação. Devido seu poder de contagio, as emoções proporcionam relações interindividuais nas quais diluem-se os contornos da personalidade de cada um. Constatando que "por meio de jogos, danças e outros ritos, as pessoas realizam simultaneamente os mesmos gestos e atitudes, entregam-se aos mesmos ritmos. A vivência, por todos os membros do grupo, de um único movimento rítmico estabelece uma comunhão de sensibilidade, uma sintonia afetiva que mergulha todos na mesma emoção. Os indivíduos se fundem no grupo por suas disposições mais íntimas, mais pessoais. Por esse mecanismo de contágio emocional estabelece-se uma comunhão imediata, um estado de coesão que independe de qualquer relação intelectual" (Galvão, 1995).
Schilder (1999), adverte que existe uma relação direta do movimento expressivo e sua relação com o modelo postural do corpo. Toda a emoção se expressa no modelo postural do corpo e que toda atitude expressiva se relaciona com alterações características do modelo postural. O modelo postural esta em contínua mudança, retornando às imagens primárias típicas do corpo, que são dissolvidas e logo cristalizadas de novo. Assim, a imagem do corpo tem traços característicos de toda nossa vida, modificando nossa imagem corporal. Conclui relatando que a imagem corporal é um fenômeno social.


O movimento pode ser combinado por estes conteúdos para facilitar ou construir padrões para a dança, esporte, lazer ou trabalho, e também explorado pelo corpo que se comunica e interage com seu meio externo. Todas as relações do indivíduo com o mundo exterior podem se estabelecer através da dança. Dança é arte que se utiliza do movimento corporal para estar no mundo. Quando dançamos oportunizamos ao corpo novas experiências, proporcionando-lhe o acesso a uma linguagem própria, pois um corpo dançando sempre quer comunicar, e sempre comunica-se com quem o assiste. Quando o corpo organiza o seu movimento na forma de um pensamento, então ele dança (Katz, 1994).
Laban citado por Cordeiro (1989), relata que são os movimentos do corpo que traduzem as formas de pensar, agir e sentir. E que, o movimento compreendido desta forma deve assumir um outro nível de importância no desenvolvimento da pessoa e na construção de sua identidade.

Para entender a construção de identidade individual e sua relação com o movimento humano, Keleman (1996) expõe:

O nosso experimentar corporal desponta como uma continuidade de sentimentos que se molda a si mesma como nós. A moldagem da nossa própria experiência é a nossa própria identidade. Quando diminuímos nosso experienciar corporal, nos sujeitamos a deixar os outros dizerem quem somos e quem devemos ser. São nossas mensagens somáticas que nos ajudam a suportar a necessidade de aprovação e dor da rejeição. Tão logo preterimos essas mensagens, começamos a adotar imagens e papéis pré-estabelecidos. Por muito tempo, bastava relacionar-se consigo mesmo e com os outros com base em papéis que nos foram entregues. Perpetuamos categorias precisas para definir a natureza de quem somos - para apontar com precisão o que é ser uma mulher, homem,etc. A maioria de nós tenta criar identidade imitando e desempenhando esses papéis pré-concebidos.


O experimentar tem relação direta com os movimentos da dança e com a imagem corporal. O movimento não deve ser apenas e unicamente compreendido desde o externo. É a expressão da possibilidade de transformar o que o corpo apresenta em si mesmo. O corpo incorpora em si a possibilidade contínua de crescer e perscrutar-se. Esta incorporação é estar em movimento. Cada expressão traz em si a possibilidade de transformação. "O movimento é sempre decorrência da história individual.
É este o interesse exclusivo da relação corpo com sua possibilidade de movimentar-se. São expressões sempre de uma mesma história individual que também se revelam através da linguagem própria deste movimento, desta forma, naquele momento da vida" (Briganti, 1987).
Ao dançar, o ser humano é individual e único, mas em um espetáculo necessitamos do outro para demonstrar um tema que queiramos desenvolver. Mendes (2002) explica a relação que Wallon faz da construção da identidade, através do papel do outro, relatando que o eu e o outro não podem existir um sem o outro, mesmo que antagonistas, ocorre à afirmação da identidade, sintetizando o que é necessário expulsar o outro dentro de si e o que possa conservar para que a pessoa venha a se apropriar e construir sua própria identidade. O papel do outro em todo processo de construção da identidade é imprescindível, pois sem ele não há possibilidade de amadurecimento da consciência. O outro determina a natureza social do homem e as interações sociais vão configurando a personalidade. A gênese do seu eu se faz através da diferenciação e da construção progressiva. A pessoa apropria-se de sua identidade como sujeito social e vai individualizando-se.
Na explicação de Goffman (1988), como sujeito social ele explica que possuímos "uma identidade social, dividida em identidade virtual (caráter que imputamos aquele individuo) e identidade real (caráter e atributos que possuímos na verdade)". E, Keleman (1996), também menciona a identidade social, relatando que cada indivíduo assume ao longo de sua vida, papéis culturais que dão forma à identidade. Papéis na sociedade quer servem a dois propósitos: para dar moldagem, ou seja, o tipo de identidade através do qual o mundo pode me categorizar e julgar; e, também para dar um sentido de continuidade interior e auto-reconhecimento, a partir do qual eu posso agir. Observa-se a relação da identidade social com o movimento, quando De La Taille, Oliveira e Dantas (1992), citam a teoria de Wallon relatando que "o movimento humano começa pela atuação sobre o meio social, antes de poder modificar o meio físico. O contato com este, na espécie humana, nunca é direto: é sempre intermediado pelo social, tanto em sua dimensão interpessoal quanto cultural".


"O indivíduo esforça-se por conseguir um conceito ou imagem satisfatória de si mesmo. Mas salienta que devemos levar em conta o fato de que este sujeito é membro de numerosos grupos sociais e que essa pertença contribui, positiva ou negativamente, para a imagem que tem de si próprio" (Tajfel, 1982).

Paul Schilder (1999), no seu livro "A Imagem do Corpo", aborda o aspecto acima citado por Tajfel, dizendo que "os seres humanos são cercados e cerceados por imagens corporais". Relata ainda que há outro modo de exterminar ou diminuir a forma rígida do modelo postural do corpo - o movimento e a dança. Toda a vez que nos movemos, o modelo postural do corpo se altera. O fenômeno da dança é uma desestruturação e uma alteração da imagem corporal. É um método capaz de transformar a imagem corporal e diminuir a rigidez de sua forma. A conexão das roupas com o corpo, se modifica consideravelmente, aumentando a sensação de liberdade em relação à gravidade e a coesão do modelo postural do corpo. Sem dúvida, a diminuição da rigidez da imagem corporal trará consigo uma determinada atitude psíquica. Assim, o movimento influência a imagem corporal e nos leva de uma mudança de imagem corporal a uma mudança de atitude psíquica.
Para Wallon citado por Galvão (2001), além de seu papel na relação com o mundo físico, o movimento tem um papel fundamental na afetividade e na cognição. Ele admite que a atividade muscular pode existir sem que se dê deslocamento do corpo no espaço. Vincula o estudo do movimento ao do músculo, responsável por sua realização. Diz que antes de agir diretamente sobre o meio físico, o movimento atua sobre o meio humano, mobilizando as pessoas por seu teor expressivo.
Dançar é certamente o melhor meio para se fazer a experiência de diálogo com o corpo: o nosso próprio e o dos outros. Dentro de todas estas questões abordadas, quanta riqueza interior o homem é capaz de se auto-conhecer?

Jogos Cooperativos



JOGO: brincadeira, divertimento, folguedo, passatempo, exercício de crianças em que elas fazem prova da sua habilidade, destreza ou astúcia.


COOPERATIVO: aquele que coopera, que age ou trabalha junto com o outro para um fim comum, que colabora, contribui ou age conjuntamente para produzir um efeito.


Jogos cooperativos são jogos feitos para unir pessoas, a preocupação não é de ganhar e sim de se divertir. Pois o jogo cooperativo não tem adversário. São Jogos com uma estrutura alternativa, onde os participantes jogam uns com os outros, ao inves de uns contra os outros



Os jogos cooperativos surgiram da preocupação com a excessiva valorização dada ao individualismo e à competição exacerbada, na sociedade moderna, mais especialmente, na cultura ocidental. Considerada como um valor natural e normal da sociedade humana, a competição tem sido adotada como uma regra em praticamente todos os setores da vida social, temos competido em lugares, como pessoas e em momentos que não precisaríamos, e muito menos deveríamos. Agimos assim como se essa fosse a única opção.

Qual será o motivo que nos tem levado a competir em momentos que não precisamos?

Hoje, já sabemos que tanto cooperação quanto competição são comportamentos ensinados/aprendidos através das diversas formas de relacionamento humano.

O que falta é uma nova postura do educador, treinador, ou seja, das pessoas significativas na vida das crianças, pois sabemos que só haverá uma mudança se as pessoas que são significativas na vida das crianças mudarem a forma de como oferecem os jogos. Pois parece que, se falo de jogo, tenho que falar de competição, criando erroneamente uma relação de sinonímia entre as palavras.

Muitas pessoas inclusive acreditam que a graça do jogo está na competição, quando sabemos que para a criança, tanto faz competir ou cooperar, o que ela quer é se divertir.

Acho que os dois (cooperação/competição) devem fazer parte da vida. Só devemos nos preocupar como passamos esse jogo, se colocarmos que vencer é a única coisa que importa, que não interessam os meios que se usem, então estaremos reforçando a cultura competitiva que nos cerca.



Se, ao contrário, mostrarmos que a pessoa é mais importante que o jogo, estaremos fazendo a nossa parte, num movimento de transformação real, tentando tornar o mundo um lugar melhor.

Os jogos cooperativos são jogos com uma estrutura alternativa, onde os participantes, "jogam uns com os outros, ao invés de uns contra os outros"

Joga-se para superar desafios e não para derrotar os outros, joga-se para se gostar do jogo, pelo prazer de jogar. São jogos onde o esforço cooperativo é necessário para se atingir um objetivo comum e não para fins mutuamente exclusivos.

Tendo os jogos como um processo, aprende-se a reconhecer a própria autenticidade e a expressá-la espontânea e criativamente. Jogando cooperativamente temos a chance de considerar o outro como um parceiro, um solidário, em vez de tê-lo como adversário, operando para interesses mútuos e priorizando a integridade de todos.

Os jogos cooperativos são jogos de compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para assumir riscos, tendo pouca preocupação com o fracasso e o sucesso em si mesmos. Eles reforçam a confiança pessoal e interpessoal, uma vez que, ganhar e perder são apenas referências para o contínuo aperfeiçoamento de todos. Dessa forma os jogos cooperativos resultam no envolvimento total, em sentimentos de aceitação e vontade de continuar jogando.

Na realidade, existe uma aproximação muito estreita entre jogar cooperativamente. Dependendo da orientação, da intenção e nas relações estabelecidas no contexto do jogo, este poderá ser predominante cooperativo ou competitivo tendo em geral, a presença de ambos.

O esforço em caracterizar comparativamente jogos cooperativos e jogos competitivos, não tema a intenção de opor um ao outro. Ao contrário, essa dedicação visa primeiramente, ampliar nossa percepção sobre as dimensões que o jogo e o esporte nos oferecem como campo de vivência humana. E, em segundo lugar pretende indicar que nos jogos e esportes, bem como na vida, existem alternativas para jogar além das formas de competição, usualmente sugeridas como única ou a melhor maneira de jogar e viver.

Após tudo isto, ao reconhecermos o jogo e o esporte como um campo de descoberta e encontro pessoal onde cooperação e competição são partes de um todo existindo cada qual em sua justa medida nos tornemos capazes de não mais separar para excluir, e sim, aptos para descobrir e despertar competências pessoais e coletivas que colaborem para religar uns aos outros e vivermos em comum unidade.


Jogo, Luta, Corpo - Filme Menina de Ouro




O filme “Menina de Ouro” é uma obra que foge às convenções esperadas. Não aborda questões de caráter lógico, e sim o aspecto humano em toda a sua fragilidade.
Trata da fragilidade das questões humanas, éticas e familiares, ao nos mostrar até onde pode chegar o drama da existência. Nos aponta o papel dos traumas na vida de um ser humano, e nos apresenta uma idéia de familiaridade que se constitui fora dos laços de sangue que caracterizam tradicionalmente a família.
As tentativas de constituições familiares, tais como os outros temas refletidos no filme, nos sugere que o filme de Eastwood é um retrato multifacetado clássico e elegante da realidade.
A respeito das questões morais que marcam o filme, sob a ótica das tragédias familiares, “Menina de Ouro” questiona inteligentemente a questão da eutanásia (e põe à prova todas as variações de julgamentos ético-morais acerca deste problema).
Pois, Frankie (Treinador) em uma situação delicada (fator em comum com a realidade), deveria optar por abrir mão da vida de Maggie (Lutadora)- que lhe forneceu tanto sentido para a sua vida, ou por deixá-la viver infeliz, contra a sua própria vontade.
De um lado, há a escolha por preservar a vida de outrem – tão importante para quem o preserva – que não quer ser preservado. De outro lado, há a satisfação da vontade de outrem – tão importante para quem deseja o preservar – que resulta na separação final entre dois seres unidos pelo afeto.
Diante deste impasse tão delicado e contextualizado em um cenário tão complexo, quem poderia julgar a decisão de Frank, sendo ela contra ou a favor do direito à morte?
Ademais, o que é o cinema como ferramenta pedagógica, senão um cinema que instiga a reflexão acerca de temas sociais, éticos e humanos tão complexos e delicados?



Relações entre o Filme e as Aulas:


Boxe- As pessoas não imaginam o que é boxe, boxe é Respeito, Conquista para si e tomá-lo do outro.

Maggie um mulher determinada,uma simples garçonete muito humilde que sempre sonhou em ser uma grande lutadora, assim sendo realizado seu sonho.

Procedimental: Ela como todos nós após entrar em uma acâdemia com toda a sua força de vontade sem treinador até aquele momento pelo fato do pré-conceito por sua idade e sexo, sabia o básico, ou seja o procedimento de sôcos (socar o saco de pancada e o punching ball), adquirindo sozinha assim suas próprias habilidades.


Conceitual: Feito o acordo com (Frankie), ele aceita ser o seu treinador,mas imposto por regras e que por sua vez uma pessoa muito rigorosa,limitada a dar treinamentos aos alunos da acâdemia relacionados ao MILITARISMO.Ela ao passar do tempo sabia que cada movimento feito influênciaria num golpe adversário,ou melhor descobrindo por qual motivo estaria fazendo daquela forma, flexionando os joelhos o seu sôco seria de mais pulso,aprendendo assim o objetivo do boxe.
Boxe não é somente força,tem toda uma tecnica, gingado, respiração, a manter o equíbrio e como desequilíbrar o outro, várias habilidades entrando então no (TECNICISMO).


Atidudinal: Apesar dela ter recebido muito dinheiro, ser reconhecida, ganhar quase todas as lutas participadas como queria, sua bondade não desapareceu, sempre se preoculpava com as adversárias, perguntando ao treinador se já haviam se recuperado quando quase sempre eram nocalteadas, muitas vezes achando que até deveria visita-las nos hospitais acompanhada por flores.